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Quedas em idosos: o que fazer para evitar?

Mesmo quedas simples podem virar problemas complexos quando em idosos. Saiba como minimizar os riscos.

Cair é parte da experiência humana. Na queda aprendemos a superar as adversidades e nos tornamos resilientes. Mas, conforme a idade chega, as quedas em idosos podem se transformar em um problema sério e uma questão de saúde pública.
 

É normal que o corpo, a partir dos 60 anos, comece a perder massa muscular. Neste momento, atividades corriqueiras passam a exigir cada vez mais esforço, e o corpo já não conta com a mesma agilidade. É quando as quedas se tornam cada vez mais preocupantes.
 

De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, estima-se que de cada três idosos com mais de 65 anos, um vá sofrer uma queda no período de um ano. A cada vinte idosos que caem, um sofre alguma fratura ou necessita de internação.
 

“O idoso que sofre uma queda que gere consequências, fica mais tendencioso de sofrer novas quedas”, afirma Lívia Pimenta Renó, especialista em Gerontologia e professora no Instituto Federal do Paraná (IFPR).
 

“Entra em um ciclo vicioso. Cai, fica mais frágil, e suscetível a uma nova queda por conta de algum déficit funcional. Gera um nível de fragilidade maior até o ponto que ele fica acamado e não consegue retornar às suas atividades.”
 

Um tropeço provoca uma torção no pé, por exemplo. Não é nada grave, mas exige algumas semanas de repouso. Com menor atividade, aumenta a perda da massa muscular. A pessoa passa a comer menos e, quando voltar a andar, seu corpo estará mais frágil. Aumenta assim a propensão a novas e mais graves quedas.
 

“Pesquisas mostram o aumento no risco de óbito. Não por conta do trauma da queda, que também é um risco, mas a perda da funcionalidade”, alerta Renó.
 

A depressão é uma das consequências. O corpo já não consegue retornar àquela rotina, e gera outras questões físicas e psicológicas. Começa a se ver de uma forma diferente, a autopercepção de saúde ruim, e isso influencia negativamente o indivíduo."
 

Prevenir é sempre o melhor remédio. Interromper o ciclo vicioso do início é o melhor caminho para desfrutar de uma velhice mais segura, ativa e com melhor longevidade. São diversos os fatores que levam ao aumento do risco de queda conforme a idade avança, mas estes podem ser evitados.
 

Veja a seguir como os cuidados com o corpo e o lugar onde vive podem fazer toda a diferença mais para frente.

Cuidados com o lar
 

Mesmo a casa onde uma pessoa morou durante tantos anos de sua vida pode se transformar em um fator de risco com o avançar da idade. A maior parte das quedas em idosos acontecem no ambiente doméstico, onde a pessoa tende a se sentir mais segura.
 

O tapete, que deixa tão aconchegante a sala de estar, pode se transformar em uma armadilha e provocar um tropeço com todas suas possíveis consequências. Algumas medidas básicas ajudam a aumentar a segurança do idoso e a tranquilidade de toda a família. Confira:
 

1- A primeira é a iluminação. Boa parte das quedas acontece à noite, quando o idoso se levanta para ir ao banheiro. Luzes noturnas, principalmente no caminho até o banheiro, diminuem muito o risco de quedas.
 

2- Também ajuda deixar o ambiente livre para a movimentação, sem muitos móveis, tapetes ou outros objetos nos locais de maior circulação. “Evitar móveis pontiagudos. O idoso tem uma menor sensibilidade na pele, pois perde a hidratação. Muitas vezes ele se machuca e nem percebe”, aponta a gerontóloga.
 

3- O tipo de calçado também é importante. Calçados de pano, por mais confortáveis que sejam para ficar em casa, podem fazer o idoso escorregar. Dê preferência a calçados que fiquem firmes no pé e proporcionem boa aderência ao piso.
 

4- O piso frio, principalmente na cozinha e no banheiro, também preocupa por ser escorregadio. “Um momento potencial para a queda é limpando a casa”, afirma Renó. Pisos antiderrapantes acabam com esse perigo.
 

5- A instalação de corrimão, principalmente próximo ao vaso sanitário e no chuveiro, também aumenta a segurança do idoso. E sempre terá um lugar de apoio no caso de queda de pressão ou qualquer vertigem.
 

Cuidados com o corpo
 

O ideal é que todo mundo na fase adulta já tenha um estilo de vida ativo. As mulheres, quando entram na menopausa, começam a ter redução na força muscular, pois tem a ver com questões hormonais”, explica Renó.
 

“O estrogênio atua também na manutenção muscular. A mulher adulta sedentária, quando entra na menopausa, vai ter uma redução na força muscular muito maior do que uma mulher adulta que pratica atividade física.”
 

A regra serve também para os homens. No envelhecimento, uma pessoa sedentária vai ter um nível maior de fragilidade. Dessa forma, sua independência funcional e a capacidade de realizar as tarefas do dia a dia, será menor e mais curta.
 

Por outro lado, nunca é tarde para começar a praticar exercícios físicos. A atividade física tem papel fundamental de atenuar o risco de quedas. Exercitar força e resistência e, consequentemente, equilíbrio e coordenação motora, atenua a perda física decorrente da idade. Assim, o idoso se sente mais seguro para realizar as atividades cotidianas com autonomia.
 

“Quando falamos de risco de quedas, é preciso dar uma atenção especial para os membros inferiores”, informa o preparador físico especializado nos cuidados do envelhecimento, Eduardo Gasparotto.
 

“O glúteo, a musculatura do quadril, é fundamental na manutenção do equilíbrio. Como atividades complementares, exercícios para o tronco ajudam na coordenação e equilíbrio e, consequentemente, atenuam o risco de quedas.”
 

Mas não se trata aqui de correr uma maratona ou virar triatleta. São os movimentos cotidianos que devem receber maior atenção.


“O foco é em exercícios que se associam à rotina. Sentar, levantar, puxar e agarrar”, explica Gasparotto. “Nada mais é que os movimentos que faz no dia a dia. Se fizer o movimento de sentar e levantar, já vai trabalhar a musculatura que promove a força e, consequentemente, também ameniza o risco de quedas.”
 

A Organização Mundial da Saúde aconselha a prática de pelo menos meia hora de exercícios moderados de três a cinco vezes por semana. Os exercícios podem ser divididos em sessões de 10 minutos. O ideal é contar com ajuda de um profissional para evitar lesões e praticar atividades personalizadas e adequadas ao corpo de cada um.
 

Fatores associados à quedas em idosos
 

Além de patologias, como demência, ser um fator de risco, os remédios associados ao tratamento também devem despertar atenção extra no cuidado para evitar quedas em idosos. “O número de medicamentos que uma pessoa consome por dia está diretamente relacionado ao evento da queda. Idosos que tomam mais de quatro medicamentos por dia, têm muito mais chances de sofrer com uma queda.
 

A alimentação também é alvo de atenção. Obesidade e diabetes aumentam a prevalência dos episódios de queda, assim como a má alimentação, em que não há o consumo de todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo durante o dia.
 

A hidratação é outro fator de risco. Conforme a idade avança, o idoso tende a se hidratar cada vez menos, pois não sente vontade de tomar água. É recomendado criar uma rotina de tomar água a cada duas horas.


“Um dos fatores que leva a falta de hidratação é a tontura. Como tende a não ingerir a quantidade suficiente de líquido, fica mais propenso a momentos de confusão mental e queda de pressão. Situações com potencial de gerar queda”, afirma Renó, que também está à frente do canal de divulgação científica @ciencia_e_envelhecimento.

Objetivo final: autonomia
 

Em sua tese de doutorado pela Unicamp, a gerontóloga Lívia Renó focou justamente na questão da saúde pública decorrente da alta incidência de quedas em idosos. No processo entrevistou muitas pessoas, e o que mais escutou foi sobre a importância de manter a autonomia.
 

“Uma coisa que faz muita diferença é poder fazer as atividades que sempre gostaram. À medida que já não consegue executar a rotina, vai entrar em uma série de questões que tem a ver com o corpo biológico, com o aumento do sedentarismo, e a questão psicológica. Essa dificuldade de lidar com a dependência é cada vez maior”, conclui Renó.
 

A manutenção dessa autonomia passa necessariamente por todos esses cuidados simples, a fim de evitar as piores consequências da queda.
 

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