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Os impactos da pandemia para nossa saúde mental

Como buscar equilíbrio em um cenário marcado pela incerteza?

Medo. Quatro letras que parecem inevitáveis quando pensamos na pandemia. Mais complicado ainda é que talvez esse sentimento não desapareça tão cedo, mesmo com a tão sonhada vacina já aplicada.

 

Um cenário que nos leva a algumas questões: o Covid-19 afetou nossa saúde mental? Essa insegurança vai durar para sempre? E, afinal, ela é de todo ruim?

 

Respondendo à mais importante desses questionamentos: sim, a pandemia afetou nosso psicológico. “Alguns tipos de fobia com relação à infecção, ou quadros de hipocondria (quando o paciente começa a ter medo de contrair uma doença, mesmo que não corra riscos) podem passar a fazer parte do dia a dia da população”, afirma Guilherme Conti Marcello, psicólogo clínico e professor da Uninove.

 

“Quadros como o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) podem se tornar mais frequentes ou mais agravados, em casos já existentes, após o controle da pandemia”, completa.

 

Não é tão difícil assim encontrar os porquês dessa situação. “Em geral, essas questões podem ser interpretadas como problemas não superados de uma realidade traumática”, diz Marcello.

 

Afinal, o coronavírus colocou o planeta todo em estado de alerta, impôs um isolamento para qual a maioria de nós não estava preparado. De uma hora para a outra, a vida como conhecíamos mudou. E tivemos que nos adaptar.

A saúde mental e os sentimentos na pandemia

 

“A população foi imediatamente obrigada a se privar de hábitos comuns que até então não apresentavam riscos. Isso pode ter sido o maior dos gatilhos para o aumento e a cronificação dos casos”, afirma Marcello.

 

Além disso, há uma constante mudança do que é ou não permitido. O álcool gel mata o vírus? A máscara protege? E a de pano?

 

A incerteza e a incessante lembrança de que basta um deslize para o contágio podem trazer uma série de sentimentos conturbados à tona.

 

“A repetição excessiva desses atos de higiene e da divulgação de medidas de prevenção também podem acarretar em ansiedade ou até na sensação de estar sendo perseguido”, explica.

 

O lado bom é que nada disso é irreversível, existe tratamento. “No melhor dos mundos, ele é feito com uma abordagem multidisciplinar”, diz Marcello. Ou seja, simultaneamente com um psiquiatra e um psicólogo.

 

“A psiquiatria é responsável por aplicar a medicação que controla os sentimentos paralisantes, e retoma a funcionalidade cerebral no que diz respeito à produção e disseminação de neurotransmissores”, explica Marcello. “Já a psicoterapia serve para clarear sentidos e significados ligados à pontos mais comportamentais ou existenciais envolvidos nestes diagnósticos”, completa.

O psicológico e as relações na pandemia

 

O cenário do vírus também trouxe um dilema: estar cercado de pessoas queridas pode ajudar a nos deixar mais fortes emocionalmente e auxiliar na recuperação de desequilíbrios mentais, mas é necessário respeitar o isolamento social, manter distância física para se proteger e proteger as demais pessoas. Como resolver essa questão?

 

O fato é que o Covid não mudou apenas a forma como nos sentimos em relação à saúde, transforma também o jeito que enxergamos as nossas relações. E agora, a internet é parte inerente delas.

 

“Certamente as relações serão transformadas e resignificadas. A tecnologia é o melhor caminho para manter a convivência com pessoas queridas neste momento”, afirma Marcello.

 

No momento, a adequação das formas de contato não é um problema, mas uma maneira segura de interagirmos. “De maneira nenhuma significa um empobrecimento dos vínculos.

 

Na verdade, as relações terão a oportunidade de se aprofundarem mais. Nesse tipo de situação temos mais cautela do que em envolvimento presenciais constantes, que não são tão pensados”, diz.

A saúde mental e os cuidados na pandemia

 

Por mais caótico que esse cenário pareça, ele não precisa se restringir a uma avalanche de sentimentos negativos e sensações nebulosas. É possível se fortalecer para minimizar os impactos no seu psicológico.

 

Encarar o momento de maneira ampla é um dos caminhos. E dá para fazer isso ao respirar fundo, entender melhor o novo mundo em que vivemos e, principalmente, estar aberto a compreender as emoções e questionamentos que a pandemia despertaram em você.

 

“O mais importante em sentido preventivo é tentar manter uma rotina funcional de readaptações às novas condições de vida impostas pelo novo coronavírus e fortalecer cada vez mais a capacidade de lidar com as próprias questões de modo esclarecido”, explica Marcello.

 

É natural ter medo diante de momentos de incertezas. O fato é que, além dos impactos na saúde física, a quarentena nos deixou mais sozinhos, introspectivos e poucos de nós estávamos preparados para lidar com o próprio mundo interior. Mas não deixa de ser um exercício necessário – e disso podem nascer novas e mais verdadeiras perspectivas sobre nossos valores e escolhas.

 

“Todos sabemos que nós somos, ao mesmo tempo nossa melhor e pior companhia, e talvez esta seja a brecha que tivemos para exercitar o equilíbrio”, afirma Marcello.

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