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Novembro Azul

O combate ao câncer de próstata e a saúde do brasileiro.

Novembro Azul

 

É verdade que em outubro nos dedicamos à prevenção do câncer de mama, um problema principalmente feminino. No entanto, no mês seguinte voltamos a atenção para outra grande parte da população.

No Novembro Azul temos os 30 dias do mês dedicados ao combate ao câncer de próstata. Isso quer dizer que os homens não precisam se sentir injustiçados.

É importante lembrar que o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum da doença entre os homens brasileiros, só fica atrás do câncer de pele não-melanoma. Na prática, isso se traduz em números preocupantes.

Em 2018, a doença foi responsável por tirar a vida de 15.576 mil brasileiros. A previsão do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é que 65.840 novos casos sejam diagnosticados em 2020.

 

Ou seja, estatisticamente isso quer dizer que a cada 100 mil homens, 62 terão a doença. Em uma cidade como São Paulo, isso seria equivalente a mais de 7.500 novos casos só neste ano.

Antes de tudo, o que mais você vai encontrar nesse conteúdo?

- Qual o grupo de risco para câncer de próstata?

- Como diagnosticar o câncer de próstata?

- Com que frequência os exames devem ser feitos?

- A pandemia afetará o cenário do câncer de próstata no Brasil?

- Quais são os sintomas da doença?

- O que acontece depois do diagnóstico?

- O que o câncer de próstata diz sobre a saúde do homem?

- Por que os homens vão menos ao médico?

Qual o grupo de risco para câncer de próstata?

 

Existem alguns grupos de risco para a doença. É importante ficar atento, por exemplo, a quem está com sobrepeso. Isso porque a gordura corporal em excesso pode sim aumentar o risco.

Também é bom ficar de olho na saúde dos outros membros da família. O Ministério da Saúde indica que quem tem parentes próximos que tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, pode ter herdado genes mais vulneráveis à doença.

Mas é importante prestar atenção não só no histórico desse tipo específico de câncer. “Quem tem familiares que tiveram câncer de mama, também faz parte do grupo de risco”, afirma Rodolfo Borges, coordenador do departamento de uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). “Existem genes cruzados entre as duas doenças, que também podem servir como indícios”, completa

Ainda que seja um pouco mais restrito, também é importante mencionar um outro fator. Estão no grupo de risco aqueles que foram expostos à substâncias e situações específicas. Quem tem ou teve contato regular com escapamento de veículos, fuligem ou produtos de petróleo, por exemplo, entra nessa categoria.

Arsênio (agrotóxico e conservante de madeira) e aminas aromáticas (muito usadas em indústrias mecânicas, químicas e envolvidas na transformação de alumínio) são outros materiais que integram a lista. Além disso, pessoas expostas a hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) e dioxinas também devem ter atenção.

O maior e mais universal fator de risco, no entanto, é a idade. “Mais do que qualquer outro tipo, o câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos”, afirma Mônica de Assis, sanitarista do INCA. Ou seja, tanto a incidência quanto a mortalidade têm seus picos após os 50 anos de idade.

Como diagnosticar o câncer de próstata?

 

Um diagnóstico precoce é muito importante para um tratamento eficaz da doença. É por isso mesmo que nesta faixa etária — após os 50 — as ações mais intensas para diagnóstico devem começar.

Há dois métodos majoritariamente utilizados na hora de identificar a doença. O primeiro é feito via exame de sangue. O câncer costuma alterar a quantidade do antígeno prostático específico (PSA) no corpo. Uma análise do sangue aponta se os níveis da enzima estão anormais, o que é um sinal de alerta.

O outro método é o já conhecido exame de toque retal. Para entender seu funcionamento (e importância) talvez valha relembrar o que, de fato, é a próstata: trata-se de uma glândula presente, sobretudo, em pessoas designadas com o sexo masculino. A principal função dessa glândula é produzir uma substância que faz parte da composição do sêmen. Por isso, ela fica alojada logo abaixo da bexiga, na frente do reto.

Por isso, ela fica alojada logo abaixo da bexiga, na frente do reto. É por causa dessa localização que é feito o exame do toque retal, onde o médico usa o dedo indicador para analisar qualquer anomalia na região.

É rápido e seguro: se o formato da sua próstata fugir do ideal, o médico saberá. Dessa forma, ele já poderá indicar um tratamento da forma mais ágil possível.

No entanto, nenhum dos dois exames é 100% eficaz, e por isso ambos devem ser realizados para se complementarem.

Com que frequência os exames devem ser feitos?

 

Depende. Se você faz parte de algum dos grupos de risco, preste atenção. Nesses casos, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) indica que os exames sejam realizados a partir dos 45 anos de idade. E sempre uma vez por ano.

Já quem não dá check em nenhum dos itens antes mencionados, começa cinco anos depois: a partir dos 50, também anualmente.

“A checagem regular é importante, porque quando o assunto é câncer, quanto antes descobrirmos o problema, maior é a chance de cura”, afirma Borges.

 

A pandemia afetará o cenário do câncer de próstata no Brasil?

 

Não é segredo que a pandemia paralisou o país. E o combate ao câncer de próstata, é claro, também foi afetado.

Não há qualquer constatação de que a Covid cause algum efeito na próstata. O problema, entretanto, é que médicos e pacientes voltaram suas preocupações para o vírus, que é um problema urgente e de alta demanda. Isso faz com que o espaço para os cuidados com saúde preventiva, como os exames de próstata, percam espaço.

“A pandemia afetou o cuidado à saúde de muitas patologias, entre elas, o câncer”, afirma Assis. “Esperamos que as atividades assistenciais possam, gradativamente, reduzir a possível demanda represada durante os meses iniciais da pandemia no Brasil”, completa.

Quais são os sintomas da doença?

 

O câncer de próstata é uma doença, sobretudo, silenciosa. Mas existem alguns aspectos que podem ser comuns. Dificuldade de urinar e diminuição do jato de urina, por exemplo, são alguns desses indícios.

É bom ficar alerta também à vontade de urinar mais vezes durante o dia, ou à noite, assim como observar se há ocorrência de sangue na urina. No entanto, esses sintomas não bastam como sinal de detecção da doença.

“Quase não existem sinais de alerta. Há casos sem nenhum sintoma aparente, mas que contam com um câncer agressivo e outros com características que fazem o paciente procurar um médico, mas que são apenas tumores benignos. Por isso, é muito importante monitorar” diz Borges.

O que acontece depois do diagnóstico?

 

É importante ressaltar que um diagnóstico de câncer de próstata passa longe de ser uma sentença de morte. Mesmo sendo o segundo câncer que mais mata homens, o índice de óbitos gira em torno de 13% dos casos diagnosticados. Em outras palavras, são grandes as chances de cura.

“As abordagens de tratamentos variam muito”, explica Borges. “Ele pode ser tranquilo, não ter potencial de agressividade, e em alguns desses casos a gente simplesmente observa e monitora, sem nenhum tipo de intervenção”, afirma.

“Se ele for médio ou ultra agressivo, avaliamos o paciente. Uma cirurgia é viável? O melhor caminho é radioterapia? Ela deve ser acompanhada de uma hormonioterapia? Tudo varia, mas geralmente o que é descoberto antes tem um tratamento mais simples.”, completa o especialista.

Por isso mesmo, a ida ao médico é fundamental. Só mesmo um especialista pode te orientar da forma mais precisa possível.

 

O que o câncer de próstata diz sobre a saúde do homem?

 

Homens vão menos ao médico que as mulheres, e isso com certeza afeta o diagnóstico de câncer de próstata. Mas não é apenas sobre isso.

É o que provou a Pesquisa Nacional da Saúde, feita pelo IBGE. Enquanto 82% das mulheres entrevistadas afirmaram ter ido a, pelo menos, uma consulta nos 12 meses anteriores, só 69% dos homens deram esta mesma resposta.

Na prática, isso se traduz em números gigantes. Em 2017, homens fizeram 80 milhões de consultas a menos do que as mulheres. A falta de cuidado com a própria saúde impacta também a expectativa de vida masculina. Isso porque, em média, os brasileiros vivem 72 anos, já as brasileiras chegam aos 79 anos.

Um estudo realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, em 2018, mostrou que 70% dos homens só vão ao médico se estiverem acompanhados de suas esposas ou filhos. E mais, 50% deles procuram ajuda de um profissional de saúde apenas quando os sintomas já estão atrapalhando seu dia a dia.

Por isso, é sempre bom frisar: em doenças como o câncer de próstata, a falta de diagnóstico em estágios precoces diminui muito as suas chances de cura.

E o problema também não melhora nada entre os mais jovens. Uma pesquisa feita pela SBU, neste ano, mostrou que apenas 1% dos meninos entre 12 e 18 anos frequentou um consultório médico recentemente. O número entre as meninas de mesma idade chega a 34%.

Por que os homens vão menos ao médico?

 

O estigma nasce da estrutura patriarcal em que vivemos. E também da forma como homens e mulheres precisam provar seu valor em sociedade. “É um problema de como a nossa sociedade educa esses meninos, em relação aos médicos”, explica Borges.

“A mulher é ensinada a ir ao médico desde pequena, é um ritual praticamente familiar: as mães começam a levá-las nas ginecologistas desde os 12, 14 anos. Tem sempre o ginecologista de confiança da família. A gente não vê nada disso com os rapazes.”, completa.

É crucial tratar a saúde masculina com mais naturalidade para uma melhor qualidade de vida. “Mulheres também vão ao médico em situações benignas, como na gravidez. Passar no consultório nesses momentos é positivo. Os homens não têm um equivalente”, afirma Borges.

“Eles não sabem quando deve buscar ajuda. E isso a gente como sociedade tem que ensinar. Ações como o Novembro Azul ajudam, mas não são o suficiente. A conversa sobre saúde masculina tem que continuar nos outros 11 meses.", conclui.

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