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Doenças crônicas demandam mais cuidado durante a pandemia

Pacientes com doenças crônicas devem procurar ajuda médica sempre que aparecerem sintomas de Covid-19

Antes da pandemia, as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) já eram um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil. No mundo essas doenças eram responsáveis por 70% das mortes prematuras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Uma situação que se tornou ainda mais complicada diante do novo coronavírus.

 

“Dependendo do quadro, pacientes com doenças crônicas têm até cinco vezes mais chances de avançar para formas graves de Covid-19”, alerta Alexandre Chieppe, médico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do estado do Rio de Janeiro. “Há uma maior letalidade em pessoas com comorbidades específicas. Principalmente doenças do sistema circulatório, pulmonar e diabetes.”

 

Todas as doenças que demandam tratamento prolongado são consideradas crônicas. As doenças crônicas não transmissíveis são aquelas que não passam de uma pessoa para a outra. Embora muitas vezes estejam relacionadas a fatores genéticos, suas principais causas são ambientais, como poluição, alimentação ruim e sedentarismo.

 

Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde, de 2019, 52% dos brasileiros com 18 anos ou mais possuem hipertensão, depressão, obesidade ou diabetes. Embora atinjam também os mais novos, as chances aumentam com o avanço da idade.

 

“A pessoa idosa tem dupla desvantagem”, afirma o médico Alexandre Kalache, coordenador do Grupo Temático Envelhecimento e Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). “O sistema imunológico está envelhecido, então tem menos capacidade de responder a uma infecção que uma pessoa 30 anos mais nova. Também tem muito mais chances de carregar comorbidades.”

 

Kalache explica que se a pessoa já está com o sistema comprometido e encontra um agente infeccioso, como o novo coronavírus, o organismo tem menos chance de responder bem, por isso a importância da prevenção e acompanhamento médico constante.

 

Os países onde a mortalidade pela Covid-19 é mais alta são aqueles em que as doenças crônicas começam muito mais cedo. “No Brasil, por questões sociais, a pessoa não precisa ter 80 anos. Com 50 já têm hipertensão, obesidade, problemas obstrutivos pulmonares, porque vive em um ambiente poluído, não tem acesso a uma dieta adequada, não faz atividade física.”

 

Doenças crônicas exigem atenção extra

 

Todo mundo precisa sempre manter o distanciamento social, usar máscara, e seguir as recomendações para evitar se infectar com o novo coronavírus. Porém, pessoas com doenças respiratórias, cardiovasculares, obesidade e diabetes precisam de um pouco mais de atenção. Estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP) demonstrou que essas condições podem desencadear uma piora na covid-19.

 

“Se o paciente tem alguma dessas disfunções crônicas, e desenvolve um quadro de covid grave, vai com frequência levar a um quadro de sepse”, revela Fábio Miranda, médico que chefia a UTI do hospital Copa Star. “É uma resposta inflamatória sistêmica que leva ao agravamento da disfunção de vários órgãos.”

 

Por exemplo, se uma pessoa tem um problema no coração, pode ter maior propagação do vírus no corpo. Nos casos mais graves, a infecção desperta uma inflamação generalizada, na tentativa desesperada do organismo se livrar do vírus.

 

Outro fator que leva à piora de doenças crônicas diante da Covid-19 é a desidratação. “Vários sintomas da infecção pelo coronavírus causam a perda de água. Pneumonia viral, febre, taquicardia, diarreia, sudorese, tosse, dor de garganta. Tudo contribui para um quadro de desidratação que é muito comum na Covid”, conta Miranda. “O que contribui para uma piora da função renal e pode levar a uma trombose, que interrompe a passagem do sangue por veias e artérias.”

 

Tenho doença crônica: o que fazer se contrair covid?

 

No início da pandemia, a recomendação dos órgãos de saúde era de que mesmo os pacientes com alguma doença crônica se mantivessem em isolamento diante dos primeiros sintomas de Covid. O pedido era para procurar um hospital em caso de piora. Isso mudou.

 

“Hoje, no primeiro sintoma, eu quero ver o paciente. A gente marca uma consulta e desenvolve as solicitações, exames e procedimentos que forem necessários naquele momento da evolução do paciente ” explica Fábio Miranda. “É uma mudança no tratamento da Covid, e as clínicas estão preparadas para receber os pacientes com toda a segurança.”

 

Sua recomendação é que, além de comunicar seu médico diante do primeiro sintoma, o paciente beba muito líquido, evite fazer esforço, procure se alimentar bem e, se possível, adquira um aparelho chamado oxímetro de pulso para medir o nível de saturação de oxigênio no sangue.

 

Quais são os principais cuidados?

 

Evitar o contágio é a melhor medida para não sofrer com os danos da Covid-19. Não existe qualquer tratamento ou remédio para prevenir precocemente o novo coronavírus.

 

“Não existe fórmula mágica. O que a ciência nos mostra é que se deve evitar aglomeração, utilizar máscara e manter contato com seu médico no primeiro sintoma sugestivo de Covid. Mesmo que não tenha sintomas, os portadores de doença crônica devem manter contato frequente com seu médico. Pelo menos uma consulta presencial, no mínimo uma videoconsulta, é recomendada ao ano”, defende Miranda.

 

“Estudos demonstram que o controle adequado das doenças crônicas diminui o risco de evolução para formas graves de Covid”, complementa Chieppe, da SVS/RJ. “Pessoas que têm diabetes, se a doença estiver bem controlada, com o nível de açúcar dentro do desejado, existe menor risco de evolução para formas graves. Da mesma forma os pacientes hipertensos graves, os cardiopatas.”

 

Existe risco ao tomar a vacina?

 

Os especialistas entrevistados foram unânimes ao garantir total segurança em todas as vacinas disponíveis contra a Covid-19. “Não há risco”, enfatiza Chieppe. “Não há registros de efeitos adversos graves da vacina. Mesmo pacientes imunossuprimidos, como em quimioterapia, não há contraindicação.”

 

Pelo contrário. O Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde prevê a vacinação de pessoas com doenças crônicas e comorbidades em suas primeiras fases.

 

Como prevenir doenças crônicas?

 

Apesar da genética determinar a predisposição de algumas pessoas a terem doenças crônicas, como câncer e diabetes, na maioria dos casos é o hábito de vida que leva ao surgimento desses problemas de saúde. Fumar; consumo excessivo de bebidas alcoólicas; alimentação inadequada, rica em sal, açúcares e gorduras; e sedentarismo estão diretamente ligados às doenças crônicas.

 

“Tudo que minha avó já dizia continua valendo”, afirma Kalache, da Abrasco. “É importante uma dieta colorida. Bote mais cor no prato. Dieta branca é uma dieta pobre. Arroz, farinha, açúcar, banha, sal, tudo isso não te faz bem. Quanto mais colorido melhor. Essa é uma regrinha básica.”

 

A prática regular de exercícios físicos, além de ajudar a controlar os efeitos indesejados da obesidade, ativam o funcionamento do sistema imunológico, e estão associadas à prevenção de doenças degenerativas, como Alzheimer. Dormir bem também ajuda a regular o organismo, com impacto no sistema imunológico.

 

Evitar a depressão, principalmente em tempos de isolamento social e pandemia, é outro fator fundamental na manutenção da saúde. “A solidão pode levar a depressão, que tem ação sobre o sistema imunológico. Pessoas deprimidas têm muito mais riscos de ter doenças crônicas”, conta Kalache. Por isso, buscar ajuda profissional é sempre importante.

 

“Um telefonema não é a mesma coisa que um abraço apertado, mas é fundamental encontrar alternativas para evitar a solidão. Por outro lado, já que está isolado, vale tirar um tempo para olhar para dentro do próprio umbigo. Um momento para ficar sozinho, dedicado ao crescimento e desenvolvimento pessoal. Uma prática presente em diversas tradições religiosas, que correntes mais modernas chamam de Mindfulness, ou atenção plena, que também reflete no fortalecimento do sistema imunológico."

 

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