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Aleitamento materno: confira as principais dúvidas e mitos

Saiba qual a importância da amamentação para o vínculo entre a mãe e o bebê, tema cheio de dúvidas e mitos – o que pode afetar a saúde de ambos.

O bebê nasce, a mulher vira mãe e, como num passe de mágica, o instinto faz com que ela saiba tudo sobre o aleitamento materno, o bebê também sabe como mamar e tudo segue perfeitamente, certo? Nem sempre.

É aí que podem surgir problemas: dor, traumas nas mamas, choro, dificuldade na pega. “Vivemos numa cultura que diz que amamentar é natural, um processo instintivo. Não é assim que funciona, apesar de ter reflexos, a amamentação é um processo que precisa de aprendizado e apoio”, explica Rafaele Barcelos, enfermeira do Banco de Leite Humano IFF/Fiocruz.

Sem informações e cheias de dificuldades, muitas dessas mães abandonam o aleitamento materno e optam por soluções equivocadas. Apostam, por exemplo, em alternativas para o uso do próprio leite, como mamadeiras ou bicos de silicone para os seios. E, sem necessidade, o bebê e a mãe acabam perdendo parte desse vínculo precioso da amamentação.

 

Agosto Dourado e o incentivo ao aleitamento materno
 

A Organização Mundial da Saúde recomenda o leite materno exclusivo até os seis meses de idade, e por dois anos com alimentação complementar. Vem do leite materno a principal fonte de nutrientes e de construção do sistema imunológico do bebê, que o protegerá contra infecções e reduzirá o risco de mortalidade neonatal.

Além disso, crianças e adolescentes bem amamentados durante essa fase tendem a se desenvolver mais rápido, com menores chances de enfrentarem problemas de obesidade.
 

O contato direto com o peito também faz diferença. Os movimentos da língua e da mandíbula mudam quando os bebês se alimentam com bicos artificiais - e isso aumenta os riscos de infecções. “Traz efeitos colaterais a longo prazo, com chance maior de desenvolver respiração bucal, o que aumenta o risco de doenças inflamatórias, como otite e amigdalite”, diz Barcelos.
 

Foi justamente para alertar sobre os benefícios da amamentação e orientar mães e pais sobre a maneira correta de alimentar seus bebês que a OMS e a Unicef criaram o Agosto Dourado - a cor é referência ao padrão ouro do leite materno. “É preciso informação e apoio às mães. Essa ideia de algo natural e instintivo contribui para o desmame precoce. Mãe e filho também precisam aprender o ritual de aleitamento”, conta Eliene Rios, enfermeira e fundadora do Calma, consultório de aleitamento materno.
 

Principais dúvidas e benefícios do aleitamento materno

Para elucidar algumas questões sobre o aleitamento materno, Eliene Rios respondeu as principais perguntas sobre o tema. Confira a seguir algumas dicas e tire suas dúvidas em relação a esse momento tão importante para mães e filhos e o desenvolvimento das crianças.
 

Quais as principais dificuldades no início da amamentação?
 

A resposta é quase sempre a mesma: “a pega errada”. “Essa pega errada pode fazer com que o bebê acabe mastigando a ponta do bico, o que pode causar fissuras e dor”, explica Rios.
 

O ideal é que o bebê abocanhe o máximo possível da aréola do seio, principalmente na parte inferior. E todo o corpo precisa estar alinhado, com a cabeça na altura do mamilo.
 

Quando o bebê não consegue puxar leite suficiente, o líquido pode começar a empedrar - e secar. “É o ingurgitamento patológico, que acontece por conta da saída inadequada de leite”, afirma Barcelos. “Nos primeiros dias, as coordenadas de produção de leite começam a ser estabelecidas. Se o bebê mama pouco, o corpo passa a produzir menos alimento”, completa.
 

É normal sentir dor nos primeiros dias?
 

Logo nas primeiras mamadas, durante a apojadura (descida do leite), a mãe pode apresentar o empedramento fisiológico. As mamas endurecem, ficam mais quentes e algumas mulheres relatam até mesmo calafrio.

Algumas massagens na aréola aliviam esses primeiros sinais de desconforto. Mas, no geral, a orientação é uma só: buscar ajuda. “A gente acha que sentir dor é normal. E não é. Qualquer desconforto é só um alerta para procurarmos ajuda”, recomenda Barcelos.
 

Como saber se o bebê está ingerindo leite suficiente?
 

Se na mamadeira há como medir o volume consumido, o peito materno não oferece a mesma facilidade. Mas há outras formas de avaliar a amamentação correta.

Em média, os bebês fazem xixi de cinco a seis vezes por dia e começam a ganhar peso depois do décimo dia de nascimento. E esses são os sinais de uma boa alimentação. “A mãe precisa estar orientada, fazer acompanhamento pediátrico. Se o bebê ganha peso e faz xixi, então ele não está se alimentando de vento”, brinca Rios.
 

Não há, no entanto, necessidade de alimentar o bebê a toda hora e forçá-lo a se alimentar. Barcelos defende a livre demanda, ou seja, atender apenas aos desejos do filho, sem uma rotina específica.


“É um mito dizer que o bebê vai mamar de três em três horas. Às vezes fazem intervalo maior ou menor. Não recomendamos determinar os horários de mamada”, conta. “Cada um tem o seu tempo. Alguns vão mamar por 20 minutos, outros por 40”.
 

E vale lembrar: nem todo choro é um grito de fome. Pode ser algum incômodo com a fralda suja, frio ou calor, ou simplesmente um pedido de colo. Quando o bebê sente fome, outros sinais aparecem - como os punhos fechados, mão na boca e movimentos de sucção da língua.

“É um momento de aprendizado da família. Quando identificamos os sinais de fome também identificamos melhor os choros do bebê”, ressalta Barcelos.
 

É preciso algum cuidado especial com as mamas nesse período?
 

A gestação e o pós-parto exigem os cuidados já conhecidos: boa alimentação, cortar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, cuidados básicos com o corpo. Mas outros mitos surgem e atrapalham a saúde das mães.

Especialistas em aleitamento materno não recomendam o uso de pomadas ou de esponjas nas mamas - algumas mães acreditam que isso estimula o surgimento de calos que facilitam a amamentação.

“O melhor cuidado é sempre a informação. A gente ainda ouve muito sobre esponjas, consumos de alimentos especiais, tipo canjica, ou cerveja preta. Só recomendamos o consumo de informação”, adverte Barcelos.
 

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